
A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) divulgou sua Agenda Institucional 2025 com diretrizes que evidenciam o posicionamento do setor como pilar estratégico de desenvolvimento econômico e social no país. Com R$ 751 bilhões arrecadados e mais de R$ 504 bilhões pagos em indenizações apenas em 2024, o setor representa 6,4% do PIB brasileiro, e planeja ampliar ainda mais sua relevância por meio de iniciativas estruturantes, modernização normativa e estímulo à cultura do seguro.
Entre as principais prioridades está a efetivação do Seguro Garantia com cláusula de retomada, já prevista na Nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), que autoriza as seguradoras a assumirem diretamente a continuidade de obras públicas paralisadas por inadimplemento contratual.
Outro ponto de destaque é a proposta de criação do Seguro Social de Catástrofe, voltado à proteção da população em situações de desastres naturais, com previsão de indenizações emergenciais pagas via PIX. A iniciativa, financiada por contribuição marginal nas contas de serviços públicos, visa oferecer resposta rápida a eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes no cenário nacional.
A agenda também contempla a modernização do Seguro Rural, com incentivo ao uso de georreferenciamento e à ampliação da cobertura por meio de parcerias entre os setores público e privado. Em paralelo, a CNseg defende a regulamentação das cooperativas de seguros, promovendo um ambiente competitivo e tecnicamente supervisionado, em oposição ao avanço de associações informais que operam à margem do sistema regulado.
Para o setor automotivo, propõe-se a padronização dos procedimentos de vistoria e a classificação de danos, como medida de enfrentamento a fraudes e proteção ao consumidor. A CNseg também se posiciona favoravelmente a projetos legislativos que obrigam a contratação de seguros em colisões com danos e ampliam a responsabilidade de motoristas que dirigem sob efeito de álcool ou entorpecentes.
Essas iniciativas são acompanhadas por ações de educação financeira, como a parceria com a ENAP, e pela atuação no debate climático internacional, com a instalação da “Casa do Seguro” durante a COP30, em Belém (PA), como vitrine das iniciativas ambientais do setor.
A agenda evidencia o avanço técnico e institucional de um setor que busca ir além da reparação de danos, atuando como elemento central da previsibilidade econômica, da proteção social e da estabilidade contratual.