
Em 30 de maio de 2025, a Andrina Sociedade Seguradora de Propósito Específico – SSPE, subsidiária integral do IRB (Re), emitiu a primeira Letra de Risco de Seguro do Brasil, no valor de R$ 33,7 milhões. A transação histórica marca o início de uma nova era na securitização de riscos no mercado brasileiro, com emissão registrada pela B3, simbolizando um avanço significativo no setor de seguros e resseguros.
As Letras de Risco de Seguro (LRS) são instrumentos financeiros criados para transferir riscos de seguros e resseguros para o mercado de capitais. Como exemplo:
Uma seguradora transfere os riscos de seguros e resseguros (e/ou recebíveis da carteira) SSPE, que realiza a emissão dos títulos. Os investidores são remunerados a partir da ocorrência ou não dos sinistros. Geralmente, os títulos são emitidos para a cobertura de eventos de pequena probabilidade de ocorrência, porém, de elevado risco. É o caso dos títulos atrelados a riscos de catástrofes, conhecidos como CAT bonds (Catastrophe bond) nos EUA.
Esse tipo de título permite que seguradoras e resseguradoras possam externalizar os riscos que assumem em suas operações, colocando-os à disposição de investidores dispostos a arcar com esses riscos em troca de um retorno financeiro. No caso da primeira emissão, a operação envolveu a securitização de riscos de Seguro-Garantia.
A inovação trazida pela LRS tem o potencial de ampliar significativamente a capacidade do mercado segurador brasileiro. Com a introdução dessa modalidade, as seguradoras poderão transferir para o mercado de capitais riscos que anteriormente precisavam ser mantidos em seus balanços, liberando assim mais capital para novas operações. Afirma Marcos Falcão, CEO do IRB(Re):
“Estamos inaugurando uma nova modalidade de transferência de riscos no mercado local. A emissão das letras de seguro permite que riscos do mercado segurador sejam absorvidos pelo mercado de capitais”.
A criação das SSPEs, responsáveis por emitir as LRS, foi autorizada pela Lei nº 14.430, de 2022, que regulamentou a securitização de riscos no Brasil. As SSPEs operam como seguradoras especializadas exclusivamente na emissão de LRS, funcionando de maneira semelhante a uma securitizadora de riscos, conectando quem deseja transferir o risco (como as seguradoras) com investidores dispostos a assumir esses riscos.
Com a primeira emissão concluída, as expectativas para o futuro são de que mais seguradoras e resseguradoras sigam o exemplo da Andrina, utilizando as LRS como uma ferramenta estratégica para otimizar suas operações e captar recursos do mercado de capitais.
Confira a íntegra da notícia em: https://revistaapolice.com.br/2025/05/andrina-emite-a-primeira-letra-de-risco-de-seguro-lrs-do-brasil/