
Entre os dias 19 e 22 de maio de 2025, ocorreu em Brasília/DF a 26ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, e pela primeira vez o setor segurador foi chamado à mesa para os debates e ganhou maior visibilidade. O destaque foi o painel sobre os desafios climáticos enfrentados pelos municípios e a importância da inclusão de seguros como parte das estratégias locais para a prevenção e mitigação de desastres naturais, cada vez mais comuns de ocorrer. O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, defendeu que o Brasil precisa avançar na proteção de suas infraestruturas, que atualmente não contam com cobertura adequada para enfrentar eventos climáticos extremos.
Oliveira ressaltou que o Brasil, até então considerado um país sem grandes catástrofes, possui uma nova realidade em decorrência das mudanças climáticas, com desastres naturais que alcançam níveis severos. Ainda, ele propôs a criação de um seguro social para catástrofes, para oferecer suporte financeiro às vítimas, além de destacar a necessidade de novas políticas públicas para incentivar a utilização de seguros em obras públicas. Outro ponto mencionado foi a emissão de green bonds para o financiamento projetos voltados a benefícios ambientais e sustentabilidade.
Para melhor compreensão do atual cenário decorrente das mudanças climáticas, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apresentou os seguintes dados que se mostram preocupantes: nos dez últimos anos, o Brasil teve mais de R$ 732 bilhões em prejuízos causados por desastres naturais, com mais de 6 milhões de pessoas desabrigadas e quase 3 mil mortes. A maior parte dos danos foi causada por secas e chuvas intensas. Foi apontado ainda, a necessidade de um planejamento territorial e uma abordagem regional para que se enfrente os impactos da crise climática vivenciada.
Tanto a CNseg quanto a CNM pretendem ter participação ativa na COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA), oportunidade em que pretendem ampliar o debate sobre seguros, infraestrutura, seja ela pública ou privada, bem como financiamento climático. Nesse sentido, foi anunciado o Consórcio Nacional para a Gestão Climática e Prevenção de Desastres (Conclima), que tem por iniciativa fortalecer a resposta dos municípios diante das emergências climáticas, com o apoio do setor segurador na proteção de bens públicos.
Para acesso à Notícia: